MONDA CONQUISTOU O CAPITÓLIO

Monda (Capitólio) Foto: Rui Pereira

MONDA APRESENTOU O SEU SEGUNDO DISCO E LISBOA RENDEU-SE

Editaram o seu primeiro trabalho discográfico em Junho de 2016, estrearam a sua música, em casa, em vários pontos do Alentejo, aventuraram-se no resto do país e levaram as suas raízes logo no primeiro ano ao Teatro Tivoli em Lisboa, a 15 de Novembro desse ano. Depois das críticas, bem positivas aliás, acerca do seu primeiro disco, homónimo, os Monda construiram a sua sonoridade assente numa identidade muito própria, que aliás, hoje serve de mote para outras formações surgirem no panorama tradicional em “plateau” semelhantes, nomeadamente com instrumentos que outrora não fariam parte das lides do cante. Nomeados no ano de estreia para a categoria Mais Música, nos prémios anuais promovidos pela Revista Mais Alentejo, estes músicos provaram que não têm fronteiras nem barreiras que não possam ser transpostas, quer pela sua sonoridade única, quer pela sua simplicidade. Sem medo da evolução, própria dos seus tempos dizem, respeitando a mesma, apostam naquilo que dizem ser uma tradição contemporânea, sem categorias ou gavetas pré definidas. O mundo é o seu palco, e consideram fundamental levar a sua música além-fronteiras, com os instrumentos que apoiam esta nova sonoridade portuguesa.Por tudo isto, Lisboa os recebeu novamente de braços abertos no passado 31 de Maio, no Teatro Capitólio, num concerto único que teve como principal propósito a apresentação do seu mais recente disco, CAL.

Editado em Abril deste ano, CAL encontra-se já em nas principais plataformas digitais de streaming, contando com várias participações de referência nacional e internacional.

Nomes como Maro e Maria Emília, destacam- se num disco que é do início ao fim uma contemplação. A contemplação de uma casa renovada, caiada de branco, fino de pureza, onde encontramos as sonoridades que se misturam com as nossas emoções num novo tempo, num espaço que se descobre à nossa frente, passo a passo, sem muros ou barreiras. O single Moreninha é prova disso. Torna-se o primeiro original do colectivo, com uma interpretações suberbas de Jorge Roque e Maro.

Há em cada música do alinhamento no seu espectáculo, um contraste com a urbanização dos sons, das influências que fazem do colectivo MONDA, uma descoberta a cada nova moda que nos sussurram ao ouvido. O novo disco, CAL, leva-nos para viagens tão inquietantes e profundas quanto serenas, tornando-se desde o primeiro instante, um porto de rendição.

Foi o que aconteceu no passado dia 31 de Maio no Capitólio. A vibração contagiante do som dos MONDA invadiu por completo a plateia arrebatada por tamanha gratificação. No final as palmas aconteceram naturalmente e o “encore” era mais que esperado.

Jorge Roque, Pedro Zagalo e Der Medinas, continuam a dar forma a uma das expressões artísticas que mais marcam a actualidade musical no Alentejo e no país.

  1. Moreninha 2:56
  2. Vai de Centro ao Centro 3:03